ActionAid marca presença em seminário sobre racismo ambiental e transição energética justa em Brasília

Em 25 anos no Brasil a ActionAid vem atuando em diversas frentes de trabalho para promover projetos, ações e debates comprometido com a defesa dos territórios e o enfrentamento ao racismo ambiental. Neste contexto, participamos, no último dia 28 de maio, do seminário “Racismo Ambiental e Transição Energética Justa”, realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O evento, que contou com apoio da ActionAid, foi promovido pelos Grupos de Trabalho de Racismo Ambiental e do Cerrado da Frente Parlamentar Mista Ambientalista, como parte da Virada Parlamentar Sustentável. A iniciativa reuniu lideranças sociais, parlamentares e representantes da sociedade civil para debater os desafios e caminhos para uma transição energética pautada pela equidade racial, justiça socioambiental e participação popular.
A ActionAid teve papel ativo no seminário, a partir de sua atuação junto aos Grupos de Trabalho Frente Parlamentar Ambientalista, viabilizando a participação de duas importantes lideranças que integraram o evento: João Luís Joventino do Nascimento (João do Cumbe), representante do Quilombo do Cumbe (CE) e do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais, e Joyce de Fátima Pereira da Silva, representando o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Ambos trouxeram contribuições fundamentais para o debate, apresentando vivências e análises a partir de seus territórios e destacando a urgência de políticas públicas que reconheçam e enfrentem as múltiplas dimensões do racismo ambiental.
Além de João e Joyce, o debate também contou com a participação de lideranças sociais como Eunice da Conceição, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB, e Maíra Rodrigues da Silva, do Instituto Peregum, reforçando o protagonismo de movimentos sociais na construção de uma agenda climática antirracista. As discussões abordaram as interseções entre racismo, desigualdades territoriais e os impactos socioambientais vividos por comunidades quilombolas, ribeirinhas e periféricas em diversas regiões do país.
Durante o seminário, representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e povos e comunidades tradicionais entregaram ao Congresso Nacional uma carta com recomendações para o enfrentamento ao racismo ambiental. As recomendações foram elaboradas de forma coletiva pelo GT de Racismo Ambiental e reforçam a necessidade de uma transição energética justa, equitativa e que respeite os direitos das populações historicamente vulnerabilizadas.
Trajetória de ações antirracistas no campo climático
Durante a noite, no evento “Justiça Climática, Transição Energética Justa e Educação: ferramentas para transformar o presente”, realizado no HUB Peregum, a representante da ActionAid, Caroline Mendonça, compartilhou a trajetória da organização no Brasil e destacou o papel da ActionAid no fortalecimento de ações antirracistas no campo climático. Em sua fala, Caroline, que é consultora em Metodologias Participativas e Justiça Racial, ressaltou:
“Nossa luta por Justiça Climática é, necessariamente, uma luta antirracista e, de igual importância, uma luta pela defesa dos territórios. Acreditamos que só é possível falar em Justiça Climática considerando a centralidade da defesa dos territórios e a escuta das populações historicamente marginalizadas, em especial das mulheres que protagonizam essas resistências.”
Caroline atua em um dos projetos centrais da organização, Territó/Rios Vivos, com foco na proteção integral das defensoras socioambientais e no enfrentamento ao racismo ambiental, realizado em parceria com as organizações e movimentos sociais Mandí, Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste e Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras, com atuação nos estados do Pará, Pernambuco, Bahia e Sergipe. A iniciativa integra ações de incidência política, produção cidadã de dados, fortalecimento de saberes tradicionais e práticas agroecológicas.
Durante o evento, também foram lançadas duas publicações educativas e realizado um cine-debate com exibição do documentário “Temos que Resistir para Existir”, produzido pelo Centro Brasileiro de Justiça Climática, sobre o Quilombo do Cumbe.
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