Dia Mundial Humanitário: 2025 pode bater recorde e se tornar o ano mais letal para trabalhadores humanitários

O ano de 2024 entrou para a história como o mais letal já registrado para trabalhadores humanitários em todo o mundo. Dados recentes mostram que ataques contra profissionais da ajuda humanitária tornaram-se cada vez mais frequentes e, ao mesmo tempo, menos visíveis na mídia. Apesar de dedicarem suas vidas a salvar outras, esses profissionais enfrentam ambientes cada vez mais perigosos e com recursos cada vez mais escassos.
A situação é agravada pelas violações constantes do Direito Internacional Humanitário (DIH), que seguem sem punição ou resposta política adequada. A impunidade diante desses crimes e o silêncio da comunidade internacional apenas alimentam o ciclo de violência. Ainda assim, trabalhadores humanitários continuam atuando na linha de frente, mesmo sob risco constante.
“Nossos parceiros, nossos times em campo, enfrentam fome, bombas e medo todos os dias, e ainda continuam porque vidas dependem do seu trabalho. O que estamos fazendo não é nenhum crime. O que tentamos fazer é fornecer ajuda e apoio para as pessoas. Nós deveríamos proteger quem protege a humanidade. E deveríamos responsabilizar todos os que violam leis humanitárias internacionais.” Alaa Abusamra, ActionAid Palestina
A erosão do espaço humanitário é hoje uma das maiores ameaças à resposta global às crises. O processo de politização da ajuda e a disseminação de campanhas de desinformação dificultam o acesso às populações mais vulneráveis e ampliam os riscos para quem atua em campo — sobretudo para agentes locais.
Além da insegurança, o financiamento para a ajuda humanitária também enfrenta um cenário crítico. Em 2025, a lacuna de recursos já chega a um recorde de 37 bilhões de dólares, colocando em risco respostas emergenciais em todo o mundo.
Comboios, instalações e equipes de ajuda têm sido cada vez mais alvos de ataques, obrigando organizações a suspender operações em diversas regiões. Como consequência, milhões de pessoas ficam sem assistência essencial. Os responsáveis por essas violações devem ser responsabilizados, é urgente exigir o fim da impunidade e a proteção daqueles que se dedicam a proteger a humanidade.
Sem medidas imediatas, tanto trabalhadores humanitários quanto as comunidades que dependem de sua atuação continuarão expostos. A mensagem é clara: o mundo precisa exigir responsabilização, fortalecer a proteção a esses profissionais e garantir que o financiamento chegue de forma eficaz e direta.
A promessa de proteção, para quem ajuda e para quem recebe ajuda, não pode continuar sendo quebrada.
Notícias que podem te interessar
-
Mais de 100 organizações, inclusive ActionAid, exigem entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza
-
ActionAid destaca a importância do cessar-fogo em Gaza como passo inicial para fim do sofrimento e busca por justiça
-
“Eu só desejo que a guerra termine agora", afirmam mulheres em Gaza sobre os 12 meses de um impacto devastador
-
Há quase um ano sem aulas, crianças de Gaza sonham com retorno à escola